Espaço Frei Gusmão

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A vida após o nascimento (13/12/11)

(Texto lido na abertura da Energização Final - 13/12/11)

No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao outro:
- Você acredita na vida após o nascimento?
- Certamente que sim. Algo tem de haver após o nascimento! Talvez estejamos aqui, principalmente, porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.
- Bobagem, não há vida após o nascimento. E como verdadeiramente seria essa vida, se ela existisse?
- Eu não sei exatamente, mas por certo haverá mais luz lá do que aqui... Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comamos com a boca.
- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: a vida, após o nascimento, está excluída. O cordão umbilical é muito curto!
- Na verdade, certamente, há algo depois do nascimento. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui...
- Mas ninguém nunca voltou de lá para falar sobre isso. O parto apenas encerra a vida. E, afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.
- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
- Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?
- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e, através dela, nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria!
- Eu não acredito. Eu nunca vi nenhuma mamãe. Por isso, é claro, que não existe mamãe nenhuma!
- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, podemos ouvi-la cantando; ou sentimos como ela afaga nosso mundo... Saiba: eu penso que só depois de nascidos nossa vida será mais "real", pois ela tomará nova dimensão. Porque aqui, aonde estamos agora, apenas estamos nos preparando para essa outra vida...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

“Pai Nosso Meditado” (05/12/11)

(Texto lido na abertura do dia 05 de dezembro de 2011)

Não digas: Pai...
se no dia a dia não sabes comportar-te como filho/filha de Deus e irmão/irmã de cada uma das suas criaturas;
Não digas: Nosso...
se vives isolado no teu egoísmo e não sabes respeitar os outros e o seu valor;
Não digas: que estás no céu...
se o teu pensamento se perde apenas nas coisas deste mundo e lhes dedicas o teu tempo e o teu ser;
Não digas: Santificado seja o Teu nome...
se prestas vassalagem aos poderosos, ao dinheiro e aos prazeres mundanos;
Não digas: venha a nós o Teu reino...
se ficas de braços cruzados e nada fazes para que o Reino de Deus aconteça;
Não digas: seja feita a Tua vontade...
se te revoltas no meio das dificuldades e maldizes tudo, todos e o próprio Deus;
Não digas: o pão nosso de cada dia, dá-nos hoje...
se não partilhas o que tens, mas esbanjas e desperdiças;
Não digas: perdoa-nos as nossas ofensas...
se no teu coração há ódio e falta de amor de alguém;
Não digas: não nos deixes cair em tentação...
se não estás de verdade arrependido e disposto à conversão;
Não digas: livra-nos do mal...
se permites que o mal aconteça e não lutas contra as injustiças;
Não digas: Amém...
se não acreditas que esta oração tem força de transformar o teu coração e o mundo.