Espaço Frei Gusmão

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Como se mede uma pessoa (01/03/10)

(Texto lido na abertura - dia 1 de março de 2010)

Os tamanhos variam conforme o grau de desenvolvimento. Ela é grande pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e seu sorriso é destravado.

É pequena pra você quando só pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa honestamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto.

É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.

Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: “será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições?”

Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.
Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser íntimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações.

Uma pessoa é única ao estender a mão e ao recolhê-la, inesperadamente, se torna mais uma.

O egoísmo unifica os insignificantes.

“Não é altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.”

* Texto de William Shakespeare

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