(Texto lido na abertura - dia 24 de maio de 2010)
Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo.
Olha para atrás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados e vê à sua frente um oceano tão vasto, que entrar nele, nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira.
O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano e, somente quando ele entra é que o medo desaparece.
Porque, apenas então, o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano: por um lado é desaparecimento e, por outro, é renascimento.
*Autor desconhecido
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